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  • Foto do escritorDébora Palma

A busca por um sentido - como criar oportunidades para uma vida mais significativa

Uma vida significativa é crucial para a saúde física e mental. Este foi o resultado de uma pesquisa da Universidade da Califórnia, em San Diego, que entrevistou 1 042 americanos e levou três anos para ser concluída. Além disso, também indicou que é aos 60 anos que alcançamos o ápice da satisfação com a própria vida. Já aos 20 anos é o momento onde se vive uma perda de sentido e desconexão com quem somos. O problema é que existe uma epidemia de falta de sentido - e surgem todos os prejuízos atrelados a isso, como depressão, distúrbios do sono e uma avalanche de doenças psicológicas.

Os dois dias mais importantes da sua vida são aquele em que você nasceu e aquele em que descobre o porquê - Mark Twain (1835-1910)

O sociólgo Émile Durkheim (1858-1917) já havia demonstrado que em épocas de mudanças drásticas e constantes, é esperado que leve certo tempo para que os cidadãos se adaptem à nova realidade. Foi assim no período da Revolução Industrial, no século 18, quando os imigrantes vivenciavam a ruptura de sua sociedade e vínculos ao ingressar na sociedade industrial. O fenômeno, alvo do estudo de Durkheim, deixou profundas marcas na civilização. Índices de depressão, ansiedade e suicídio se multiplicaram nas áreas de industrialização. Para o sociólogo, isso criou uma "anomia", algo que ocorre, conforme escreveu em O Suicídio - Estudo de Sociologia (1897), quando "todos os frutos da ação social ficam perdidos no que se refere a eles, e tem de se refazer a educação moral". De acordo com essa hipótese, em tais situações nos tornamos propensos a problemas psicológicos ou mesmo para dar fim à própria vida, pois "as atividades dos homens estão desregradas, o que os faz sofrer".


Vivemos uma realidade razoavelmente distinta daquela do século XVIII: acrescentamos às mudanças constantes a forma de pensar de forma majoritariamente científica e tecnológica, que não permite vislumbrar significados na vida, ou como alcançá-los. Mergulhado em uma rotina digital e com acesso a todo tipo de tecnologia, o ser humano atual se aliena de questões metafísicas. O uso assíduo das tecnologias e redes sociais só faz a situação piorar: quem passa mais de dez horas semanais nas redes sociais apresenta probabilidade 56% maior de desenvolver depressão. Os que acessam sites e apps ao menos uma vez por dia têm aumento de 20% no risco de sofrer de distúrbios que afetam o sono. A geração que nasceu conectada e integrada a ambiente digitais enfrenta as doenças psicológicas, com 56% dos jovens relatando problemas como ansiedade e depressão. De 2000 a 2015, houve um aumento de 65% na taxa de suicídio entre os adolescentes.


O que fazer? Para o neurocientista John Gabrieli, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, prestar atenção no presente em vez de se distrair com muitas coisas e aplicar energia em coisas que tenham significado são os melhores caminhos.

Menina na Janela. Salvador Dalí, 1925. Podemos passar do estado da anomia para o estado da ação. Basta definirmos quais nossos gostos pessoais e colocar em prática nosso projeto!


A ajuda profissional especializada pode auxiliar o indivíduo a conhecer mais sobre si e sobre suas preferências. Quem sabe iniciar um novo hobby ou retomar um projeto há muito deixado para trás porque estávamos agindo "no automático"? Conhecendo mais sobre nós mesmos, deixamos o estado de "anomia" e partimos para uma postura mais proativa na conquista dos nossos objetivos.


As alternativas para vivenciar novas experiências e olhar o mundo sob outras lentes são muitas: do mindfulness a ioga, as pessoas começam a perceber que a conexão com coisas que agreguem valor à sua existência são desejáveis e podem ser realizadas. Vale cozinhar, escrever, iniciar um blog, praticar ioga ou algum exercício físico… O que importa é o movimento, a procura e a postura de colocar em prática.


A vida é muito breve para ser medíocre. Concordo com Mark Twain, com a citação dele no início desta postagem: a vida é muito breve para ser medíocre; e se enche de felicidade quando iniciamos a busca pessoal para a conquista de coisas que nos encham o espírito de felicidade.



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