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  • Foto do escritorDébora Palma

A escassez da vida cotidiana: como podemos aprender a ter respostas mais adaptativas?

Vivemos um momento de ansiedade e medo, e ambos são geradores de escassez. Temos medo de perder aquilo que mais amamos e odiamos o fato de não termos garantia de nada.


O medo e a ansiedade cotidianas nos bloqueiam na conquistas de vôos maiores, mais felicidade e prazer no viver. Se nos mantivermos com um pensamento fixo de fracasso e insistimos em desacreditar na potência do eu, só poderá existir sofrimento e desistência de concretizar objetivos pessoais que sejam inspiradores.


Eu acredito que por meio de pequenos ajustes no cotidiano e, principalmente, pequenas adaptações de pensamento, são capazes de transformar a miséria em oportunidade de crescimento. Quando acumulamos pequenas conquistas, chegamos mais longe.


📝 Manter um diário de gratidão ou agradecimentos (que não precisa ser escrito todos os dias, mas que necessitará de alguma consistência) permitirá conhecer a alegria, nos sustentando diante de dificuldades inevitáveis.


Lynne Twist, em seu livro The Soul Of Money, abordou o mito da escassez:


“Para mim e para muitos de nós, o primeiro pensamento do dia é “não dormi o suficiente”. O pensamento seguinte é “não tenho tempo suficiente”. Verdadeira ou não, a noção de insuficiência nos ocorre de modo automático, antes mesmo que pensemos em questioná-la ou examina-la. Passamos a maior parte das horas e dos dias ouvindo, explicando, reclamando ou nos preocupando por não termos o suficiente disto ou daquilo.


Não nos exercitamos o suficiente. Não temos trabalho suficiente. Não temos lucros suficientes. Não temos poder suficiente. Não temos espaço suficiente. Não temos fins de semana suficientes. é claro que não temos dinheiro suficiente... nunca.


Não somos magros o suficiente, não somos inteligentes O suficiente, não somos bonitos o suficiente, não somos sarados nem instruídos o suficiente nem bem-sucedidos nem ricos o suficiente... nunca.


Antes mesmo de nos levantarmos da cama, antes que nossos pés toquem o chão, já estamos inadequados, já ficamos para trás, já estamos perdendo, já nos falta alguma coisa. E à noite, quando vamos dormir, nossa cabeça remói uma ladainha de coisas que não conseguimos ou não fizemos naquele dia. Vamos dormir atormentados por essas ideias e acordamos em um devaneio de escassez... O que começa com uma simples expressar da vida corrida, ou mesmo da vida difícil, cresce até se transformar na grande desculpa para uma vida sem realização”. (1)


Lynne continua: lidar com a escassez não significa buscar a abundância, mas optar por uma mentalidade de suficiência:


“Em qualquer situação, cada um de nós tem a opção de recuar e abandonar a mentalidade de escassez. Quando deixamos de lado a escassez, descobrimos a surpreendente verdade da suficiência. Por suficiência não me refiro à quantificação de alguma coisa. A suficiência não é algo dois degraus acima da linha da pobreza nem um degrau abaixo da abundância. Não se trata de uma medida. Suficiência de modo algum é uma quantidade. É uma experiência, um contexto que geramos, uma declaração, a noção de que existe o bastante e que somos suficientes. A suficiência reside dentro de cada um de nós e podemos ativá-la. É uma consciência, um estado mental, uma escolha intencional de nosso modo de pensar em nossa situação”. (2)


Estes são alertas interessantes para nossa sociedade, tão acostumada a medir o valor das coisas e pessoas em relação ao reconhecimento público.


Para Brené Brown, em seu livro A arte da imperfeição, em entrevistas com pessoas que sobreviveram a dificuldades muito grandes (desastres, perdas de entes queridos, etc.), as lembranças que elas consideravam mais importantes eram uma coleção de acontecimentos cotidianos e triviais. Isso as fez perceber que todo momento vale a pena ser vivido em sua integridade e respeito.



E tudo bem se você se sentir vulnerável: está é uma experiência comum a todas as pessoas. Apesar disso, um exercício de gratidão é importante.


Você pode começar com: Estou me sentindo vulnerável. Tudo bem! Sou grato por _______”.


Tenha um sentimento de bondade em relação à sua dor - Dalai Lama

Com paciência e alguma determinação, é possível modificar pensamentos de fracasso e insucesso por pensamentos mais adaptados e funcionais. Com essas novas construções cognitivas, conseguimos vislumbrar a vida sob nova perspectiva, um pouco mais ajustada e, por isso mesmo, um pouco mais alegre e um pouco menos desmotivadora. Contabilize seus pequenos sucessos diários e, se possível, registre-os. Você perceberá, finalmente, que as oportunidades da vida estão prontas para ser aproveitadas em sua grandiosidade.


(1) Lynne Twist, The Soul of Money: Transforming Your Relationship with Money and Life (Nova York: W. W. Norton and Company, 2003), p. 44).

(2) Ibid., p. 75.


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