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  • Foto do escritorDébora Palma

As redes sociais e a saúde mental

Começa com uma notificação. Pequena, mas insistente. Se estivermos diante de uma tarefa que exija concentração nossa, pior ainda: a notificação já está maior e precisa ser vista agora! É aquela pessoa que a gente segue... que pode ou não ser interessante. Mas que a gente segue, e quer ver o que tá rolando com a vida do outro. A mão já se posiciona pra desbloquear a tela - tão fácil! é só colocar a digital - e pronto! Abriu o Instagram, depois o Facebook, depois o e-mail e... repeat.


Acontece que, além de prejudicar a nossa capacidade de concentração nas coisas que são (realmente) importantes, a rede social afeta a saúde mental. Sabe aquele baixo astral depois de fuçar na rede social? Pois é. A coisa funciona meio que como uma droga - é viciante e quase nunca pensamos sobre aquele movimento automático das nossas mãos rumos aos ícones (lindos, por sinal...) do Instagram, Facebook, etc.


A comparação com as drogas pode até parecer coisa forçada... mas não de acordo com a pesquisa da Royal Society for Public Health, do Reino Unido, em parceria com o Movimento de Saúde Jovem. Dentre as redes sociais mais nocivas, o Instagram desponta.


E sabe quem mais acessa as redes sociais? 90% são jovens entre 14 e 24 anos - o que os torna ainda mais vulneráveis aos efeitos colaterais nocivos. Outro dado relevante: as taxas de ansiedade e depressão aumentaram 70% nos últimos 25 anos. Eles estão ansiosos, deprimidos, com baixa autoestima e sem sono... e um dos principais motivos está nas redes sociais.


Na pesquisa, 1.479 jovens entre 14 e 24 anos elencaram o quanto determinadas redes (YouTube, Instagram, Twitter e Snapchat) influenciavam em seu sentimento de comunidade, bem-estar, ansiedade e solidão. E o estudo mostrou que o Instagram é o que mais afeta a saúde: perdemos o sono, temos medo de ficar por fora das principais notícias/novidades/fofocas, etc. Sete em cada dez voluntários disseram que o app fez com que eles se sentissem pior em relação à sua autoimagem. O YouTube não se saiu tão mal, apesar de deixar as pessoas acordadas até tarde. Já o Facebook foi visto por dois terços entrevistados como um canal no qual o bullying pode ser intensificado.


Se faz mal, por que a gente usa? Podemos elencar vários motivos...

  • necessidade de comparar a sua vida com a vida dos outros - o que leva ao terrível sentimento de incapacidade e insegurança, pois sempre acreditamos que as outras pessoas têm uma vida muito mais extraordinária do que o nosso dia-a-dia cotidiano tão comum...

  • medo de ficar por fora dos acontecimentos e tendências (no inglês, FOMO - Fear of Missing Out)

  • porque imaginamos que é importante estarmos "conectados" - ainda que isso não signifique fortalecimento de laços reais com as pessoas

  • "porque todo mundo usa"


A "vida perfeita", tão em alta atualmente, tornou-se expectativa generalizada. No entanto, é importante gerenciarmos nossas expectativas, aprendendo melhores formas de uso da rede social, para que ela seja muito mais um meio de crescermos como indivíduos, nos conectarmos de verdade, do que o surgimento do estresse psicossocial.


Para finalizar, selecionei a música "Selfies", que mostra bem uma realidade (triste): quer a gente esteja bem, quer a gente esteja mal, o importante é mostrar pra todo mundo (e, de preferência, que a gente fique bem na foto!).


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