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  • Foto do escritorDébora Palma

“Brincadeirinha” ou ofensa disfarçada?

Como seres humanos, somos rápidos em interpretar as reações dos outros. Acontece que algumas mensagens que recebemos têm um caráter ambíguo, que nos deixam incertos quanto ao que a pessoa queria, de fato, nos dizer. Trata-se de um jogo de poder travestido de um diálogo amigável, e frequentemente utilizada por pessoas em posições de pouco prestígio – quando não podemos dizer “na cara” do chefe que ele é insuportável, adotamos comportamentos manipulativos em relação a ele, por exemplo.


Para Aaron Beck, somos passivo-agressivos quando, apesar de forçados a obedecer, queremos manter o controle da situação.


Referência: Sarah Tomley. O que Freud faria?


Está se sentindo confuso?


Richard Lazarus diz que duas situações acontecem diante da “brincadeira”: um julgamento cognitivo (avaliação primária) sobre o que está acontecendo, e uma reação emocional (reação secundária), que desperta uma reação diferente, baseada em nossos sentimentos.


Por isso, diante de um “elogio” como “Ei, bela jaqueta, nerd!”, não temos certeza se o elogio foi ou não elogioso – e surge uma sensação de confusão generalizada: pensamentos e sentimentos entram em conflito e não sabemos o que fazer, o que leva a mudez momentânea. É como se estivéssemos numa montanha-russa emocional, com informações difusas e incongruentes.


Referência: Sarah Tomley. O que Freud faria?


Aaron Beck, criador da Terapia Cognitivo-Comportamental afirma que a pessoa que exibe um comportamento passivo-agressivo acredita que ser assertivo é arriscado – pois poderia perder sua autonomia. Segundo Beck, essa postura é paradoxal, pois, de modo geral, é exatamente ao divergir que preservamos nossa independência.


A verdade é que a maioria de nós às vezes age de forma passivo-agressiva, em geral quando queremos agradar às pessoas ou obter a aprovação delas, mas tememos que esse sentimento implique permitir que tenham controle sobre nós. Isso vem do medo, afirmam os psicoterapeutas, mas Freud provavelmente diria que não; vem da raiva – raiva de alguma figura controladora do passado que insistia em que você vivesse de acordo com as regras dela. O medo neutralizou a raiva, assim como a obediência neutraliza o medo (TOMLEY, p. 38).


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