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Você gosta de ser indispensável?

  • Foto do escritor: Débora Palma
    Débora Palma
  • 3 de nov. de 2024
  • 2 min de leitura

O padrão do ego nos instiga a fomentar e proteger nossa autoimagem a todo custo, transformando o conhecimento fortuito em confiança afoita. Se não controlado, o ego pode transformar a confiança em excesso de confiança, ou até arrogância. Vivendo de forma soberba, nos expomos a riscos - os quais podem nos afastar dos objetivos que traçamos para nossa vida, relacionamento, trabalho, etc. 


A confiança excessiva não torna menos prováveis os resultados ruins, tampouco aumenta as chances dos bons resultados: ela apenas nos cega para os riscos. Além do mais, o ego nos deixa mais preocupados em manter ou melhorar nossa posição na hierarquia social do que enriquecer nosso conhecimento e aprimorar nossas habilidades.


Uma das razões pelas quais as pessoas têm dificuldade para capacitar outras no trabalho é que, como elas precisam de nós para todas as decisões, nós nos sentimos importantes e indispensáveis. Ter pessoas dependendo de nós desperta a sensação de que somos não apenas necessários, mas poderosos. É claro que o fomento dessa relação de dependência é custosa a médio e longo prazos: pouco interdependente, a equipe passa a depender de apenas uma pessoa, que centraliza as informações, canalizando as energias em prol de si mesmo.


Aos poucos, e depois subitamente, nos tornamos prisioneiros das circunstâncias que criamos: passa a ser necessário um esforço cada vez maior para permanecermos no mesmo lugar, buscando meios de influenciar as pessoas a manterem perene e positiva a percepção que carregam sobre nós.


O orgulho de uma pessoa faz com que ela queira que a vejam da maneira como ela vê a si mesma.


Julie Le Brun (1780–1819) Looking in a Mirror

A maioria das pessoas passa a vida supondo que estão certas… e que quem não vê as coisas do seu jeito está errado. Nós confundimos o nosso ideal de mundo com a efetiva realidade do mundo. A despeito de não ser possível ter razão acerca de tudo o tempo inteiro, queremos sentir que estamos certos o tempo todo e, idealmente, fazer com que as pessoas corroborem esse sentimento. Assim, canalizamos uma energia descomunal para provar para os outros - e a nós mesmos - que estamos certos.


Muito melhor seria abrir mão da necessidade de controle e, indo mais além, da imprescindibilidade de ser visto como indispensável.




Referência: PARRISH, Shane. Pensamento eficaz: Como transformar situações cotidianas em resultados extraordinários. 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2024.

 
 
 

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© Débora Palma

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