Sempre tive uma tremenda dificuldade em divulgar conteúdo. Minha primeira dúvida sempre surgia, imperativa: "e por que é que você vai publicar isso? qual a importância? por que alguém vai ver? o que as pessoas vão achar?".
Bem, essas são crenças bastante limitantes, e que nos mantêm em um estado de estagnação. Até que eu encontrei um livro que mudou minha vida e está me incentivando a dar início a projetos pessoais há anos engavetados; temiam abrir espaço na web por conta de críticas excessivas que eu fazia.
Vou iniciar aqui no meu blog um conteúdo voltado apenas para resumos de livros que eu leio e gosto muito.
Esta obra é um compilado de descobertas do Kleon sobre como publicar, divulgar e tratar do trabalho que ele começou a desenvolver. Por isso, eu diria que é muito mais um manual prático. De fácil leitura, me trouxe ideias poderosas sobre como desenvolver uma postura mais ativa, falando mais sobre meus interesses, se preocupando menos com as opiniões das pessoas (ou ouvindo mais as das pessoas que realmente se importam com você) e continuar produzindo e compartilhando seu trabalho. O livro é prático e traz dicas práticas pra arregaçar as mangas e iniciar sua produção.
As regras gerais do autor são:
1. Você não tem que ser um gênio
2. Pense em processo, não produto
3. Compartilhe um pouco todos os dias
4. Abra seu gabinete de curiosidades
5. Conte boas histórias
6. Ensine o que você sabe
7. Não se torne spam humano
8. Aprenda a apanhar
9. Venda-se
10. Fique por perto
Uma nova forma de operar
Criatividade não é um talento. É uma forma de operar – John Cleese
Uma das maiores dúvidas para quem utiliza as redes como fonte de divulgação de trabalho é: como encontrar o público para seu trabalho? Não se preocupe: seu público vai te achar. Mas, para isso, precisamos ser encontráveis. Como? Compartilhando! Compartilhe seus projetos, ideias, aprendizados na internet. Conecte-se com as pessoas e seja generoso.
Encontre uma cena
Dê o que você tem. Pode servir mais do que você imagina – Henry Wadsworth Longfellow
Existem vários mitos sobre a criatividade, mas o mais perigoso é o do “gênio solitário”: um super-homem com talentos especiais que brotam em certos momentos da história, sem precedentes e influências, com uma ligação direta com Deus ou com a Musa. Quando a inspiração chega, é como se fosse um estalo, uma lâmpada que se acende na cabeça, e essa pessoa passa o resto dos seus dias criando uma obra-prima, que é apresentada para os demais, que a admiram, estupefatos.
Grandes ideias são frequentemente geradas por um grupo de indivíduos criativos, que formam um “ecossistema de talentos”, o que não diminui as realizações daqueles grandes indivíduos, mas reconhece que um bom trabalho não é criado no vácuo, mas é resultado de uma mente conectada a outras mentes.
Isso abre espaço para todos nós: pessoas que não se consideram gênios.
Precisamos passar anos perguntar o que poderíamos fazer pelos outros em vez de focar apenas no que os outros poderiam fazer por nós. Por isso, o compartilhamento é tão importante. Todos podem contribuir com algo, estabelecer conexões e fazer o trabalho se ampliar - para outras pessoas e lugares.
Seja um amador
Isso é o que todos nós somos: amadores. Não vivemos o suficiente para nos tornarmos outra coisa – Charlie Chaplin
Todos nós temos medo de ser relevados como amadores, mas o amador – o entusiasta que baseia seu trabalho no espírito do amor, independentemente do potencial da fama, dinheiro ou carreira – tem mais vantagens em relação ao profissional. Como o amador tem pouco a perder, está disposto a tentar e divulgar os resultados. Os amadores aproveitam chances, experimentam e seguem seus impulsos. Amadores sabem que contribuir com algo é melhor do que não contribuir com nada.
O mundo está mudando rápido e pedindo para que as pessoas desenvolvam novas habilidades o tempo todo! Então, somos todos amadores. E, mesmo para profissionais, uma maneira certa de ver seu trabalho florescer é manter um espírito amador, abraçando o que é incerto e desconhecido.
Escolha uma coisa que você queira aprender e mostre isso para os outros. Não se preocupe em quão ruim você possa ser no começo; apenas continue compartilhando!
Descubra sua voz. Ela é instintiva! E vai surgir quando você falar sobre coisas que te interessam.
Você não encontrará sua voz se não a usar
Encontre sua voz, grite bem alto, e continue gritando até que as pessoas certas o encontrem - Dan Harmon
⚠️ Ponto super importante do livro: se o seu trabalho não estiver online, ele não existe.
"Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a fazer grandes escolhas na vida. Porque quase tudo – expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar – simplesmente some diante da face da morte, deixando apenas o que é verdadeiramente importante. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu" – Steve Jobs
Leia obituários
Algumas pessoas passaram por experiências de quase-morte e tiveram uma euforia existencial. Mas tudo bem se você é covarde (eu sou!) e não quiser essa companheira mortal assim tão próxima...
A sugestão do autor é ler obituários frequentemente (ele diz que lê todas as manhãs). Obituários falam não só da morte, mas da conquista das pessoas. Então a hipótese é observarmos a conquista das pessoas e o próprio tempo finito da vida.
Inspire-se nas histórias das pessoas que vieram antes de você.
Mostre os bastidores
Falar sobre o trabalho é falar sobre o resultado e também os bastidores, o esforço diário para a finalização. Não trabalhe em segredo. Compartilhe seu processo no dia a dia: coisas que importam para você. Forme uma conexão com seu público. Seres humanos se interessam por outros seres humanos e pelo que fazem. O publico não quer apenas ver um bom trabalho, mas também fazer parte da criação e do processo. Deixando nosso ego de lado e expondo nosso processo, abrimos a possibilidade para as pessoas criarem uma conexão conosco e com nosso trabalho, o que nos ajuda a vender ainda mais do nosso produto final.
Para fazer as conexões acontecerem, temos que permitir sermos vistos, verdadeiramente vistos - Brené Brown
Torne-se um documentarista do que faz
Compartilhar seu processo é ainda mais valioso se os resultados do seu trabalho não forem tão fáceis de mostrar, se ainda estiver no estágio de aprendizado do seu trabalho, se não tem um portfólio para apresentar ou se seu processo não resulta em produtos finais tangíveis.
Documente o que você faz: inicie um "diário de trabalho". Pode ser escrevendo seus pensamentos em um caderno ou falando suas ideias em um gravador. Registrar o que você está fazendo fará com que você perceba que está progredindo. Quando estiver pronto para dividir sua produção, terá algo grande e completo.
Se exponha e exponha seu trabalho todos os dias e você começará a conhecer pessoas incríveis - Bobby Solomon
Envie um relatório diário
Construir um bom trabalho demanda tempo – uma vida, na verdade –, mas felizmente não é necessário todo esse tempo de uma só vez. Esqueça as décadas, anos e meses. Foque os dias.
Escreva sobre o seu processo de trabalho, compartilhe-o e deixe as pessoas interagirem com você! 90% do que produzimos será lixo. O problema é que nem sempre sabemos o que ficou bom e o que ficou ruim - por isso é importante expor nossa construção para os outros e deixar que avaliem ou reajam. Vai que as pessoas gostam?
Aviso importante: o ato de compartilhar não deve se sobrepor ao fazer. Não perda de vista o trabalho em si, substituindo-o por divulgações excessivas.
Um dia de cada vez. Parece tão simples. Na verdade é simples, mas não é fácil: requer uma enorme persistência e uma estrutura cuidadosa - Russel Brand
O teste do “e daí?”
Não se engane: este não é o seu diário. Você não está colocando tudo para fora. Você está escolhendo e selecionando cada palavra - Dani Shapiro
Esteja aberto, compartilhe trabalhos inacabados e imperfeitos sobre os quais deseja um retorno, mas não compartilhe tudo. Existe uma enorme diferença entre dividir e sobrecarregar. Dividir é um ato de generosidade – acredita que o que está colocando pode ser útil ou interessante para alguém do outro lado da tela.
Antes de compartilhar uma coisa, faça o teste do “E daí?”. Não pense demais, siga sua intuição. Isso é útil? É interessante? É algo que me sinto confortável em postar caso meu chefe ou minha mãe vejam? Se você não tem certeza, guarde para depois. Não compartilhe agora.
Transforme seu fluxo em estoque
Se você trabalhar um pouquinho todo dia na mesma coisa, terminará com algo enorme - Kenneth Goldsmith
Fluxo é o feed de notícias. São posts e tweets. É o fluxo das atualizações diárias, ou mais frequentes, que lembram as pessoas de que você existe. Estoque é o material durável. É o conteúdo que produz, que é tão interessante hoje quanto em dois meses (ou dois anos). É o que as pessoas descobrem através da pesquisa. É o que se espalha devagar e sempre, criando fãs ao longo do tempo.
A melhor forma de compor seu estoque é coletando, organizando e expandindo seu fluxo. Por exemplo: um monte de ideias no livro do autor começaram como posts no Twitter, que depois se transformaram em posts no blog e por fim em capítulos de livro. Pequenas coisas, ao longo do tempo, podem se tornar grandes.
Construa um bom nome (de domínio)
Construir um espaço online para você, onde seja possível se expressar e mostrar o seu trabalho, ainda é um dos melhores investimentos do seu tempo - Andy Baio
Redes sociais vêm e vão. Por isso, é melhor encontrar um lugar online que seja seu, sua sede onde as pessoas podem te encontrar. Seu site não precisa ser bonito, ele só precisa existir. Não pense no seu blog como uma máquina de autopromoção, mas como uma máquina de se autoinventar. Preencha o site com seu trabalho, suas ideias e as coisas que lhe interessam.
"Construa um bom nome, mantenha-o limpo. Não se contente com menos. Não se preocupe em ganhar um monte de dinheiro ou ser bem-sucedida. Preocupe-se em fazer um bom trabalho... e se puder construir um bom nome, eventualmente esse nome será sua própria moeda" – William Burroughs
A beleza de possuir seu próprio espaço é que você pode fazer o que quiser. Seu domínio é seu nome. Mantenha-o limpo e por fim ele será sua própria moeda. Se as pessoas o veem ou não, fato é, você está lá, vivendo sua vida, pronto para o que der e vier.
O problema de acumular é que você acaba vivendo das suas reservas. Eventualmente, você ficara sem graça. Se dá tudo o que tem, fica sem nada. Isso o obriga a olhar, a estar atento, a reabastecer... De alguma maneira, quanto mais você dá, mais volta para você - Paul Arden
Não seja um acumulador
Nos séculos 16 e 17, na Europa, eram comuns as Wunderkammern – “câmara de maravilhas”, um quarto repleto de raridades que serviam como uma espécie de vitrine de sua sede de conhecimento do mundo. Elas foram precursoras do que entendemos hoje em dia como museus modernos – lugares dedicados ao estudo da história, da natureza e das artes.
Todos carregamos coisas estranhas e maravilhosas conosco enquanto fazemos nosso trabalho e vivemos nossas vidas. Esses “cadernos de anotações mentais” formam nosso gosto, e nosso gosto influencia nosso trabalho.
Antes de estarmos prontos para compartilhar nosso trabalho com o mundo, podemos partilhar nosso gosto com o trabalho dos outros. Nossas influências são todas dignas de ser compartilhadas porque dão pistas sobre quem você é e o que faz – às vezes mais do que o seu próprio trabalho.
Dar crédito é sempre esperado
Mostre o trabalho dos outros como mostraria o seu próprio, tratando-o com respeito e cuidado. Se você não atribui corretamente o crédito, as pessoas não podem entender melhor o trabalho ou encontrar mais trabalhos parecidos. Apresente o contexto, o autor, etc. e indique o site do criador do trabalho. Encontre o crédito, ou não compartilhe.
O trabalho não fala por si
As histórias sobre o trabalho que faz têm um efeito enorme em como as pessoas sentem e entendem o seu trabalho, o que afeta como dão valor a ele.
Historias pessoais podem tornar o que é complexo mais tangível, inspirar associações e oferecer acesso para universos que antes eram impenetráveis.
Estrutura é tudo
Sempre mantenha seu público em mente. Fale diretamente com ele em linguagem simples. Valorize o tempo: o seu e o do seu público. Seja breve. Aprenda a falar e a escrever. Estude grandes histórias e, em seguida, tente encontrar as próprias! Quanto mais você conta sua história, melhor ela se torna.
Divida seus segredos comerciais
Ensinar não significa competir. Só porque você sabe a técnica do mestre não significa que é capaz de imitá-lo instantaneamente. Pense no que pode compartilhar de seu processo que informaria às pessoas que você está tentando alcançar. Você aprendeu um ofício? Quais são suas técnicas? Você tem habilidade com certas ferramentas e materiais? Que tipo de conhecimento vem junto com seu trabalho?
No minuto em que você aprende alguma coisa, olhe para o lado e ensine aos outros. Compartilhe sua lista de leitura. Aponte materiais de referência úteis. Crie alguns tutoriais e publique-os na internet. Torne as pessoas melhores em algo que elas querem melhorar.
Cale a boca e escute
Por mais famosos que se tornem, os artistas mais inovadores não estão apenas procurando fãs ou consumidores passivos, mas sim parceiros e colaboradores. Esses artistas reconhecem que o bom trabalho não é criado no vácuo, e que a experiência artística é sempre uma via de mão dupla, que é incompleta se não tiver retorno. Se só está mostrando seu trabalho na internet, você está fazendo errado. Você precisa ser um elo. Seja cuidadoso, seja atencioso. Não se transforme em um spam humano.
Você quer corações, não olhos
Pare de se preocupar com a quantidade de seguidores que você tem na internet e comece a se preocupar com a qualidade deles. Não desperdice seu tempo lendo artigos sobre como obter mais seguidores. Não perca minutos preciosos seguindo pessoas só porque você acha que isso vai te levar a algum lugar. Não fale com pessoas com quem não quer falar, nem converse sobre coisas pelas quais não tem interesse.
Se quer seguidores, seja alguém digno de seguir. Você já se tornou mais interessante? Esteja atento e curioso. Seja interessado.
Faça coisas que ama e converse sobre elas, e você irá atrair pessoas que gostam das mesmas coisas. E simples assim. "Não seja assustador, não seja idiota, não desperdice o tempo das pessoas nem o seu. Não pergunte demais".
O teste do vampiro
Pessoas, situações, trabalhos, passatempos... te desgastam? Tiram sua energia? Então você deveria parar se envolver nessas situações, ou com essas pessoas.
“Parte do ato de criar está em descobrir os seus semelhantes. Eles estão em toda parte. Mas não procure por eles em lugares errados.” – Henry Miller
Identifique o seu time
Você encontrará pessoas (poucas pessoas) com quem dividirá suas obsessões e missão. Faça o que puder para investir no relacionamento com elas. Convide-as para colaborar em seus projetos. Mostre a elas seu trabalho antes de mostrá-lo para o resto do mundo. Ligue para elas e compartilhe os seus segredos. Mantenha esse grupo o mais perto possível.
Deixe eles darem o melhor tiro
Quando você coloca o seu trabalho no mundo, é necessário estar pronto para o bom, o mau e o feio (the good, the bad and the ulgy). E o que fazer, então?
Relaxe e respire. O problema das pessoas criativas é que somos bons em imaginar o pior que poderia acontecer.
Enrijeça o pescoço. A melhor maneira de sobreviver é apanhar muito. Coloque muito trabalho no mundo, e depois deixem que o ataquem com toda força. Continue se expondo. Quanto mais críticas recebe, mais percebe que as pessoas não podem te machucar.
Se esquive. Continue andando. Toda crítica oportuniza novos trabalhos. Não podemos controlar as críticas que recebemos, mas podemos controlar como reagimos a elas. Ter seu trabalho odiado por algumas pessoas é uma honra.
Proteja suas áreas vulneráveis. Se você tem um trabalho que é muito sensível ou intimo para ser exposto à crítica, mantenha-o escondido. Porém, lembre-se do que disse o escritor Colin Marshall: “A compulsão por evitar o constrangimento é uma forma de suicídio”. Se você gasta sua vida evitando se sentir vulnerável, você e seu trabalho nunca se conectarão verdadeiramente com outras pessoas.
O truque não é se preocupar com o que TODOS pensam sobre você. É apenas se preocupar com o que as pessoas que IMPORTAM pensam sobre você – Brian Michael Bendis
Não alimente os trolls
O primeiro passo para avaliar a crítica é dimensionar de quem veio. Tenha cuidado com comentários de pessoas for desse círculo. Um troll é uma pessoa que não está interessada em melhorar seu trabalho, e sim em provoca-lo com conversas invejosas, agressivas ou perturbadoras. Você não ganhará nada se envolvendo com essas pessoas. Não as alimente, e elas geralmente vão embora.
Desenvolva uma boa barreira mental que filtra o que deve te afetar e o que deve ficar de fora. O pior troll é aquele que temos na nossa cabeça, e nos envia as mensagens constantes de que não somos bons o suficiente, que não prestamos e que nunca seremos ninguém.
Existem comentários muito agressivos ou estúpidos? Delete-os.
Não deixamos ninguém jogar lixo dentro da nossa casa e deixar o lixo ali, sem recolhê-lo. Por que deixaríamos que as pessoas fizessem isso em nossas redes?
Os comentários também podem estar desativados. Ao finalizar um trabalho, você não precisa saber o que todos acharam dele. Deixe as pessoas entrarem em contato diretamente com você, ou copiar seu trabalho em seus próprios espaços e falar tudo o que quiserem a respeito.
Passe o chapéu
Conforme for encontrando seu público e expandindo-o, não tenha medo de cobrar pelo seu trabalho, colocando um preço que ache justo.
Faça mais trabalhos para você
Vida criativa pressupõe mudanças – avançar, correr riscos, explorar novos horizontes. Mantenha-se ocupado, pense maior. Expanda seu público. Tente coisas novas. Diga “sim” diante de novos trabalhos. Diga “não” apenas se a oportunidade significar mais dinheiro, porém menos do tipo de trabalho que você gosta de fazer.
Passe adiante
Quando alcançar o sucesso, é importante usar qualquer grana, influência ou plataforma que tenha adquirido para ajudar as pessoas que, de alguma forma, o ajudaram a chegar onde você está. Exalte seus professores, mentores, heróis, influências, colegas e fãs. Dê-lhes a chance de compartilhar seu próprio trabalho. Jogue as oportunidades para eles - Austin Kleon
Há uma advertência, no entanto, para tudo isso: como ser humano, você tem uma quantidade finita de tempo e atenção. Em algum momento, vai ter que parar de dizer muito “sim” para dizer muito “não”. “O maior problema do sucesso é que o mundo conspira para impedir que você faça o que faz, porque é bem-sucedido”, escreve o autor Neil Gaiman. “Houve um dia em que parei e percebi que tinha me tornado alguém que responde e-mails profissionalmente e escreve como hobby. Comecei a responder menos e-mails, e fiquei aliviado por começar a escrever muito mais.”
Por isso, se existe uma tarefa que exija ser feita, estabeleça um horário de atendimento – e faça só aquilo. Por exemplo, responder os e-mails. Depois, volte ao seu trabalho.
“Você só precisa ser tão generoso quanto possível, mas egoísta o suficiente para fazer o seu trabalho" - Austin Kleon
Sobretudo, reconheça que se você teve sucesso, também teve sorte – e com a sorte vem a obrigação. Você tem uma dívida não apenas com os deuses. Tem uma dívida com os desafortunados – Michael Lewis
Não abandone o seu programa
Toda carreira está cheia de altos e baixos e, assim como com histórias, quando você está no meio do processo, vivendo sua vida e carreira, não sabe se está para cima ou para baixo, nem o que está prestes a acontecer a seguir.
As pessoas que conseguem o que estão procurando são, muitas vezes, as que conseguem se manter mais tempo no mesmo lugar. É muito importante não parar cedo demais.
Você não pode planejar tudo, só pode fazer seu trabalho. O que já é uma baita coisa, pois quando a oportunidade passar, estaremos prontos.
Não pare
Sobre perseverança. Pessoas que conseguiram manter carreiras a vida inteira conseguiram perseverar, independentemente do sucesso ou falha.
Não paralise sua carreira, porque assim você perde suas forças. Em vez de dar uma pausa em seus projetos, aguardar comentários e se preocupar com o que vem depois, use o final de um projeto para encadear o próximo. Basta fazer o trabalho que está na sua frente, e quando termina-lo, pergunte-se o que perdeu, o que poderia ter feito melhor e o que não conseguiu, e pule diretamente para o próximo.
Vá embora para voltar
“No momento em que para de querer algo, você consegue” – Andy Warhol
Encadear projetos é uma ótima maneira de continuar, mas, em algum momento, você pode se esgotar e precisa se reabastecer.
Recomece. Comece de novo
Busque se tornar sempre um novo aluno. Você não pode se contentar com o domínio.
Qualquer um que não tenha vergonha de quem foi no passado provavelmente não está aprendendo o suficiente – Alain de Botton
Jogue fora o material antigo e faça um novo, abrindo espaço para novos trabalhos. O segredo é: você nunca recomeça do zero. Não perde todo o trabalho que veio antes. Mesmo se tentar deixá-lo de lado, as lições que aprendeu com ele se infiltrarão no que você fará em seguida. Volte ao início, torne-se um amador. Documente seu progresso para que as pessoas possam junto com você.
E, aqui, o livro finaliza. Depois de: 1. descobrir uma voz/propósito, 2. divulgar seu trabalho, 3. expandir seu público e se conectar com ele, 4. perseverar, 5. reconhecer as pessoas que te ajudaram a chegar lá, é hora de recomeçar, reaprender, voltar a ser aprendiz. A cada conquista e obtenção de resultados, deveríamos tornar a um estado de novas conquistas.
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